electrocd

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Michael Becker, North Shore News, no. 25, April 10, 1991
Wednesday, April 10, 1991 Press

Électro clips is a smorgasbord of electronic soundbites contributed by 25 electroacoustic composers from Mexico, the United States and Canada.

Thankfully, the nature of the project limits each composer to a three-minute “electro clip” within which to develop ideas. The framework rules out any penchant for self-absorbed doodling or unneccessary meandering.

Found sounds, snatched from the worid outside and processed electronic sounds drawn from the inside world of computers mix and match to create a patchwork aural wallpaper for well-furnished inhabitants of the information age.

Quatrième dimension

José Proulx, Guide Mont-Royal, April 3, 1991
Wednesday, April 3, 1991 Press

C’est mercredi dernier qu’a eu lieu le lancement du disque compact Action/Réaction de musiques interactives du compositeur Daniel Scheidt au théâtre Les Loges et que les œuvres de Scheidt et d’Alain Thibault ont été présentées en concert.

Action/Réaction est le cinquième album pour empreintes DIGITALes, une des rares étiquettes d’électroacoustique sur le continent. Les albums de Christian Calon, Robert Normandeau, Alain Thibault, et Électro clips, réunissant plus de 25 compositeurs, ont été présentés par empreintes DIGITALes depuis ses débuts en janvier 1990.

En écoutant A Digital Eclogue de Daniel Scheidt, des paysages tirés de Dune ou des Chroniques Martiennes m’ont surgi à l’esprit. Les sonorités s’agencent parfaitement, mais créent une certaine froideur, contrairement aux instruments plus classiques, à vent ou à percussion, tels que le piano ou même le synthétiseur. C’est un son qui bouleverse par l’ambiance quelque peu glaciale qu’il évoque. Scheidt réussit toutefois à nous ouvrir à un nouvel univers musical, en nous faisant redéfinir notre conception de la musique

Stories Told, autre pièce tirée de Action/Réaction, une histoire où l’on croit saisir une langue vaguement anglo-saxonne, alors que par le truchement d’un logiciel qui fabrique de nouveaux mots à partir de l’anglais, Scheidt nous fait partager l’expérience d’écouter une histoire dans un idiome inconnu. Le tout avec la voix de l’excellente soprano Catherine Lewis.

Scheidt, originaire de Vancouver, concoit des logiciels qui lui servent d’outils de composition; il a ainsi produit des instruments informatiques personnalisés pour approfondir l’improvisation et l’interprétation en direct. Le compositeur explore actuellement les systèmes et comment ils réagissent au son. Le principe de la musique interactive, c’est un ordinateur qui «écoute» et «réagit» au jeu du musicien, contrairement à l’électroacoustique habituelle, où il n’y a pas d’interaction entre le compositeur et «l’instrument».

Uma fuga mais ou menos temperada

Miguel Santos, Blitz, April 2, 1991
Tuesday, April 2, 1991 Press

Volt, do compositor Alain Thibault, è um trabalho provocador no modo como mistura o Piano, o quarteto de sopros e as gravações. Um contraste abrupto e constante entre o silencio e o som sendo este cortante e incisivo, de forte pendo; percussivo. São audiveis as influências do rock’n’roll no modo energético e urbano com que Thibault aborda as estruturas das suas composições.

Existe um mundo inteiro à espera de ser descoberto. Aqui falou-se apenas de uma meia dúzia de nomes, que podem até nsm ser os mais representativos, pois o conhecimento da divulgação destes trabalhos acaba sempre por ser bastante limitado, devido a uma certa marginalidade que este tipo de música enfrenta nos meios de divulgação «oficiais». O interesse deve ser despertado — peio menos e esse o objectivo deste texto. O resto fica ao vosso critério.

Uma fuga mais ou menos temperada

Miguel Santos, Blitz, April 2, 1991
Tuesday, April 2, 1991 Press

A arte do compositor electroacústico Robert Normandeau é aquela do «cinema para os ouvidos». Exemplo disso é o seu compacto Lieux inouïs. Como um lugar nunca antes imaginado, como uma paisagem nunca ouvida, este disco è um convite aberto à exploração e à descoberta da beleza e do mistèrio da magia do som. A colagem de sons è imperceptivel na maior parte dos casos e a sua fonte è impossivel de identificar.

Uma fuga mais ou menos temperada

Miguel Santos, Blitz, April 2, 1991
Tuesday, April 2, 1991 Press

O que está a acontecer com a música contemporanea de vanguarda? Sendo-se mais preciso, que aventuras se vão fazendo escondidas dentro, tora e ao lado de uma corrente que se designou, por hábito ou por convenlência, chamar de electroacústica? Este artigo pretende simplesmente chamar a atenção para alguns dos nomes que, por aqui ou por acolá, vão editando trabalhos nessa área sem fronteiras e que distribuidoras como a MC/Mundo da Canção, a Dargil ou a VMG/Megamúsica insistentemente têm vindo a divulgar, para géudio de um público normalmente informado e elitista, passe-se qualquer pretensso. Mas, primeiro, um pouco de histèria.

O titulo para este artigo podia ter sido alternativamente algo como «A musica electroacústica ou uma descuipa para se falar de música con. temporãnea de vanguarda.» Preferiu-se, no entando, pedir ajuda a Bach para explicar o corrar dos tempos, acreditando que tal Intenção seria possivel. Mas comecemos por falar da origem da dita música electroacústica e do seu signiticado (ou talvez do seu significante).

Adoptemos, como base, a designação proposta por Pierre Henry: a música electroacústica é aquela que engloba um conjunto de técnicas de composição que recorram aos materisis modernos de gravação e de produção de sons. Quase sempre relacionada com sofisticados estudios, muitas vezes a música electroacústica não tem a intervenção de instrumentistas — o compositor trabalha directamente o materiai sonoro, como o escultor ou o pintor, deixando uma obra acaba da. No entanto, ela é hoje vista de uma forma muito mais livre, sendo igualmente interpretada ao vivo e, bastas vezes, empregando instrumentos tradicionais (mais tarda modificados ou processados).

Generalizando, a música electroacústica, nos dias de hoje, pode ser vista como uma música resultante de instrumentos electrónicos ou elèctricos, mais ou menos complexos, de instrumentos acústicos (tratados) e da utilização de gravações (directa ou indirectamente influenciadas pelas colagens da música concreta). Formalmente, ela é tão livre e escorreita que apenas pela personalização individual se pode explicar qualquer sugestão. Pelo menos simplifica que assim seja.

São muitos os pontos de fuga como, por exemplo, os da improvisação ou os da música computodorizada (esta com uma maior influência da nnúsica electrónica). Mas se tivermos de começar por alguma data, a dècada de 40 serve eficazmente esse propdsito. Foi por essa altura que nomes como Pierre Henry, Pierre Schaeffer, Karheinz Stockausen, Luigi Nono ou Pierre Boulez (todos eles nascidos nos finais dos anos 20) revolucionaram a histéria da composição musical — actualmente ht quem afirme que o futuro està na espontaneidade da música viva em vez de no desenvolvimento das màquinas de composição e que talvez fosse mesmo necessàrio «suprimir a composição» dando assim uma nova importincia à expressão individual e à reavaliação do prazer auditivo em momentos únicos (ú esta a posição encarada, por exemplo, pela Nova Música Improvisada). John Cage (um pou. co mais velho) é também um bom exemplo des sa transformação na postura da composição musical, Outros compositores que desenvolveram estilos, com uma grande repercussso no futuro, foram ainda Mauricio Kagel (a música aleatúrla), Steve Reich e Terry Riley (o minimalismo), Ligeti (música serial)…

Não seré muito dificil chegarmos à conclusão que toda esta música (ou Nova Música) é de uma maior dificuidade de interpretação do que a dos séculos anteriores, quase sempre assistin. do-se hoje a performances (nome que os americanos tanto gostam) de virtuosos de determinado instrumento (por exemplo, é mais fàcil — é relativo claro — um intérprete da Nova Música Elect;oacústica interpretar uma peça do reportório clêssico do que um intérprete de música clêssica interpretar as novas aventuras, exploraçõss e investigaçõss desta Nova Música): compositores especializados, intérpretes especializados e ouvintes especializados que, muitas vezes, levam a uma música «impossive!» de se executar e até de se ouvir…

A evolução da música contemporanea desde entéo passou a estar ligada à investigação sonora. Em vez da representação de sentimentos (alegria, dor, felicidade, infelicidade…) o que agora se pretende é inovar, inovações essas que na maior parte das vezes são encaradas como «músicas esquisitas»…

Tentando agora divulgar alguns nomes que — não me surpreende — sejam em elevada percentagem desconhecidos para a grande maioria de vocês, podemos começar pela compilação Électro clips, uma colecção de 25 instantãneos electroacústicos de três minutos cada. Se tiverem apenas a possibilidade de adquiriram um sd trabalho de música electroacústica, este compacto è sem dúvida a melhor escolha. Michel A Smith, Craig Davis, John Oswald, Jean-François Denis, Yves Daoust, Claude Schryer, Martin Gotfrit, John Oliver, Zack Settel, Stéphane Roy, Daniel Scheidt, Bruno Degazio, Richard Truhlar, Gilles Gobeil, Robert Normandeau, Laurie Radford, Christian Calon, Hildegard Westerkamp, Amnon Wolman, Francis Dhomont, Roxanne Turcotte, Dan Lander, Javier Álvarez e Charles Amirkhanian são os nomes incluidos. A principal caracteristica deste compacto é a novidade que representa: a fusão do formato da canção pop (três minutos) com o concelto do videoclip reactualiza a electroacústica tirando-a da sala de concertos tradicional e transportando-a para o mundo da comunicação de massas, das miniaturas, do imediato… Cada peça aqui presente é um resumo do estilo de compositor e é um mundo a descobrir.

Review

Laurie Radford, Contact!, no. 4:4, April 1, 1991
Monday, April 1, 1991 Press

Action/Réaction is the most recent offering from empreintes DIGITALes’ expanding catalogue of electroacoustic recordings. A collection of Daniel Scheidt ’s work from the past five years, this compact an disc provides a fascinating introduction to his work with interactive music systems. One of the strongest aspects of the disc is the participation of five outstanding performers who have worked extensively with Scheidt during the development of his compositional software. One is introduced to the many facets and possibilities of this music through the unique personalities and talents of each performer, a point in favour of not only the compositional approach, but also the listening value of the disc.

Action/Réaction opens with Obeying the Laws of Physics (1987), one of Scheidt’s earliest interactive works, and one that has been extensively performed by percussionist Trevor Tureski. An edge that existed in early performances of this work seems to have been replaced by a more subtle interaction: a finer balance between periods of furious activity, and moments of reflection where every minute sound is given time to appear, speak, and exit. The difficulty in distinguishing the sounds which are initiated by Tureski’s octapad playing and those that are generated in response by the computer contributes to the excitement of this work in concert, but also to a sense of ambiguity on the recording. (One is tempted here to make a visual analogy between the recording of interactive computer music with the filming of dance.) It is important to keep in mind that this disc presents particular “versions” of Scheidt’s works and that part of the strength of his compositional language is its flexibility, from its algorithmic point of origin to the ever-changing shapes and hues that arise with every subsequent performer and performance. A Digital Eclogue (1986) represents the roots of Scheidt’s interactive explorations. It is fitting that this 1986 recording, with long-standing collaborator Claude Schryer on clarinet, is included amongst its recent brethren, not only for its engaging improvisational flavor, but also for the sensitive exchange between performer and computer. Stories Told (1989) is one of the most striking works on the disc. Soprano Catherine Lewis weaves a fascinating series of ’stories’ with a fabricated computer language provided by Robin Dawes. From the hauntingly suspended aria at the centre of the work, the robust opening and penultimate story, to the final pensive tale, Stories Told successfully explores our ability to attribute sense to vocal and syntactic inflexion and nuance, while simultaneously immersing this exploration in arresting sonic garments. (The texts for these stories are included in the CD booklet for your reading and sounding pleasure.) Norm ’n George (1990) leads us on an extensive journey with tour guide and trombonist extraordinaire George Lewis. Lewis is renowned for his own interactive excursions and brings to this work an extensive improvisational vocabulary. Lewis’ extended playing techniques often mask their acoustic origins and create an intriguing timbral and gestural blend with the digital responses of Scheidt’s system. Squeeze (1990) employs the sensitive playing of bass clarinetist Lori Freedman, and explores another dimension of the same program used in Norm ’n George . The clarinet and computer squeeze each other almost imperceptibly from pitch to pitch creating soft, vibrant clusters that ascend throughout the work, broken only momentarily at the end with a series of gracefully descending glissandi.

The overall presentation of Action/Réaction and the French/English supporting documentation are attractive, pertinent and engaging, an ongoing mark of quality from empreintes DIGITALes.